A sorte deste mundo: percursos de Marília de Dirceu no século XIX
DOI:
https://doi.org/10.34112/2317-0972a2018v36n72p73-83Palavras-chave:
Marília de Dirceu, edições, romantismo, arcadismoResumo
Num dia incerto de fevereiro de 1810 desaparecia, na ilha de Moçambique, o magistrado, jurista e poeta Tomás Antônio Gonzaga. Nascido na cidade do Porto em 1744, tornou-se célebre por sua participação – suposta ou verdadeira, mas sempre negada por ele – na Inconfidência Mineira (1788-1789), posteriormente erigida como instante fundador da brasilidade pela história oficial. Mas ele figura sobretudo como autor, entre outras obras, de um dos mais difundidos livros escritos em língua portuguesa: Marília de Dirceu, conjunto de poemas líricos inicialmente publicado, em quatro edições acrescidas, de 1792 a 1802. As inúmeras edições desses versos, entretanto, nunca foram acompanhadas de certa investigação bibliográfica talvez elementar. É dela que este artigo trata.
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