A sorte deste mundo: percursos de Marília de Dirceu no século XIX

Autores

  • Joaci Pereira Furtado Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.34112/2317-0972a2018v36n72p73-83

Palavras-chave:

Marília de Dirceu, edições, romantismo, arcadismo

Resumo

Num dia incerto de fevereiro de 1810 desaparecia, na ilha de Moçambique, o magistrado, jurista e poeta Tomás Antônio Gonzaga. Nascido na cidade do Porto em 1744, tornou-se célebre por sua participação – suposta ou verdadeira, mas sempre negada por ele – na Inconfidência Mineira (1788-1789), posteriormente erigida como instante fundador da brasilidade pela história oficial. Mas ele figura sobretudo como autor, entre outras obras, de um dos mais difundidos livros escritos em língua portuguesa: Marília de Dirceu, conjunto de poemas líricos inicialmente publicado, em quatro edições acrescidas, de 1792 a 1802. As inúmeras edições desses versos, entretanto, nunca foram acompanhadas de certa investigação bibliográfica talvez elementar. É dela que este artigo trata.

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Biografia do Autor

Joaci Pereira Furtado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.

Joaci Pereira Furtado é graduado em História (Universidade Federal de Ouro Preto) e é mestre e doutor em História Social pela (Universidade de São Paulo). É professor do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense, e autor de Uma república de leitores (Hucitec) e organizador da edição das Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, publicada pela Companhia das Letras. Atualmente desenvolve o projeto Museu Virtual da Leitura, canal do Youtube que recolhe depoimentos de leitores, e pesquisa as práticas de leitura entre graduandos da Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2018-04-22

Edição

Seção

Artigos