Alice no País da LIBRAS: uma experiência/reflexão pedagógica de letramento para educandos surdos
DOI:
https://doi.org/10.34112/2317-0972a2018v36n74p91-108Palavras-chave:
letramento, educação bilíngue, prática pedagógicaResumo
Ler e escrever pode ser fascinante quando a aprendizagem é ambientada por temáticas que despertam o interesse e estimulam o imaginário infantil. E para os alunos surdos, que aprendem a ler pela via lexical, a prática de letramento precisa ser instigante, conduzindo e desafiando o educando ao uso funcional da leitura e da escrita e à descoberta de um mundo de conhecimentos, tal como a menina Alice, de Alice no País das Maravilhas, da obra de Lewis Carroll. Ou seja: o processo de letramento precisa ser significativo, com temas que despertem o interesse das crianças para uma efetiva construção de sua aprendizagem. Assim, este projeto de letramento pela via direta - realizado entre agosto e setembro 2016 com uma turma do 3° ano do ensino fundamental de uma escola de educação bilíngue para surdos - foi contextualizado na obra Alice no País das Maravilhas, tendo por objetivo estimular a leitura e desenvolver a escrita. Tal projeto mostrou-se efetivo, oportunizando aos alunos surdos a construção e assimilação de significados para palavras, frases e textos lidos, e desenvolvendo o uso funcional da leitura e da escrita em português brasileiro - na perspectiva de uma segunda língua, já que a língua natural dos educandos surdos é a LIBRAS. Então, utilizando a LIBRAS como ferramenta de mediação e pautando-se na interdisciplinaridade, este projeto de letramento foi estruturado em etapas de leitura, interpretação, produção e narrativa, promovendo atividades de análise linguística, leitura ideovisual de variados gêneros textuais e produção escrita de textos coletivos e individuais - contextualizadas no enredo da obra de Lewis Carroll.Downloads
Referências
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