A apropriação da cultura escrita em crianças do ensino fundamental: um estudo com a cultura e a literatura infantil indígena

Autores

  • Maria da Luz Lima Sales Instituto Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil
  • Ângela Balça Universidade de Évora, Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho, Évora /Braga, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34112/2317-0972a2020v38n78p51-65

Palavras-chave:

Escola, leitura, cultura e literatura infantil indígena

Resumo

A situação vivida pelos indígenas brasileiros impulsionou-nos à problemática desta investigação: promover a empatia e a cultura escrita em crianças do ensino fundamental, recorrendo à literatura infantil indígena. Os objetivos do estudo eram: conhecer concepções e atitudes dos alunos relativamente aos indígenas; orientar uma intervenção pedagógico-didática, apoiada na literatura infantil indígena, que ajudasse a modificar concepções e atitudes de natureza discriminatória; analisar em que medida essa intervenção serviu para aprofundar o conhecimento dos alunos acerca da cultura indígena, promovendo a apropriação da cultura escrita. Optou-se por um estudo qualitativo, numa aproximação à metodologia da design research. Como instrumentos de recolha de dados, elegeu-se a entrevista, a observação e as notas de campo. A amostra era constituída por uma turma do ensino fundamental de uma escola urbana do estado do Pará, Brasil. Os resultados da investigação apontaram para uma identificação, receptividade e entusiasmo das crianças à cultura e à literatura indígenas.

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Biografia do Autor

Maria da Luz Lima Sales, Instituto Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil

Maria da Luz Lima Sales é graduada em Letras (Universidade Católica do Paraná), Mestre e Doutora em Ciências da Educação (Universidade de Évora, Portugal). É professora/pesquisadora no Instituto Federal do Pará. Tem experiência na área de Educação Literária, ensino de literatura brasileira, com pesquisa em literatura infantil, e literatura infantil indígena no grupo GELLA (Grupo de Estudos Literários e Linguísticos da Amazônia) pelo CNPq.

Ângela Balça, Universidade de Évora, Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho, Évora /Braga, Portugal

Ângela Balça é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses (Universidade Nova de Lisboa) e doutorada em Ciências da Educação (Universidade de Évora). É professora/pesquisadora na Universidade de Évora e na Universidade do Minho. Tem experiência na área de Educação Literária com pesquisa nos seguintes temas: Formação de Leitores Literatura Infantil e Ensino da Língua Materna.

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Publicado

2020-06-10

Edição

Seção

Dossiê – Artigos