Definições de infância na Amazônia Ocidental Indígena: a perspectiva local e o etnocentrismo
DOI:
https://doi.org/10.34112/2317-0972a2013v31n61p237-254Palavras-chave:
Professores-pesquisadores indígenas, descolonização metodológica, interculturalidade.Resumo
Meu objetivo, neste texto, é examinar algumas representações de um grupo de professores indígenas que estão conduzindo investigações de cunho sociolinguísticos em suas aldeias, de modo a terem subsídios para implementar políticas linguísticas capazes de assegurar a continuidade de suas línguas tradicionais. O foco de análise recairá, dentre outras questões, sobre algumas visões conflitantes entre os modos como esses professores e suas formadoras não indígenas definem a categoria “infância”, categoria essa contemplada em um dos instrumentos de pesquisa por eles utilizados. Além de argumentar que a não consideração dessas diferenças de perspectivas pode constituir obstáculo importante em processos de formação de professores-pesquisadores indígenas, pretendo chamar a atenção para o fato de que, por um lado, a categoria local precisa ser sempre lida com parcimônia e, por outro, que o conceito de etnocentrismo nem sempre é suficiente para explicar todos os complexos problemas de que se investem as relações interculturais.