Flashforward: o futuro é agora
DOI:
https://doi.org/10.34112/2317-0972a2012v30n59p62-75Palavras-chave:
Imagem-tempo, imagem-neuro, cérebro é tela, lógica de banco de dados, flashback, flashforward, destino da imagem.Resumo
Em The Future of the Image (2007)3, Jacques Rancière afirma que as imagens já alcançaram seu destino. Ele defende uma estética da imagem que reconheça o poder contínuo das imagens como registros de marcas da história que nos educam, como interrupções que nos afetam diretamente, e como sinais abertos a combinações do visível e do dizível ad infinitum. Mas será que as afirmações de Rancière também dizem respeito ao destino do cinema? Suas referências cinematográficas, no sentido deleuziano, são em sua maioria imagens-tempo modernas. O destino do filme seria mesmo uma forma de imagem-tempo, ou o “coração” do cinema já teria se mudado para além desse tipo de imagem? Este artigo propõe pensar sobre uma terceira categoria de imagens cinematográficas, a partir da terceira síntese do tempo desenvolvida por Deleuze em Diferença e Repetição. Essa imagem fílmica, que poderia ser chamada de imagem-neuro, conecta-se ao regime impuro das imagens típicas da lógica da base de dados da era digital. Ao comparar Hiroshima, Meu Amor (1959), de Alain Resnais, e a série de televisão FlashForward (2009), analiso as operações temporais da imagem na imagem-tempo nessas imagens de um novo regime, a imagem que pertence ao futuro e que vem dele.