Odisseu e o silêncio das sereias: da virtude guerreira à virtude política
DOI:
https://doi.org/10.34112/2317-0972a2010v28n55p61-67Palavras-chave:
Canto das sereias, ensino/educação, virtude guerreira, virtude política.Resumo
Este artigo trata do sublime e mortífero canto poético, o canto das sereias, seu deleite e seu perigo. Aborda, ainda, no canto XII, da Odisseia, o momento em que o mais astuto dos generais gregos, Odisseu, o protegido da deusa da inteligência, Atena, prevenido/esclarecido pela deusa Circe, é amarrado à carlinga do barco para ouvir o canto das sereias e narrar para a posteridade o que se passou em Troia, ensinar para as gerações e gerações de gregos a virtude guerreira. Mas fala, sobretudo, do silêncio do canto poético na Polis, na República, de Platão, de primazia da razão, a busca pela virtude política.
Downloads
Referências
ADORNO, Teodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento.
Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1985.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix,
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre
literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet.
Prefácio de Jeanne Marie Gagnebin. 7. ed. São Paulo: Brasiliense,
(Obras escolhidas v. 1.).
BLANCHOT, Maurice. “Le chant des sirenes”. In: ______. Le livre à
venir. Paris: Gallimard, 1959.
DETIENNE, Marcel. Os mestres da verdade na Grécia Arcaica. Tradução
de Andréa Daher. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.
FONTES, Joaquim Brasil. Eros, tecelão de mitos: a poesia de Safo de
Lesbos. São Paulo: Estação Liberdade, 1991.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Sete aulas sobre linguagem, memória e
história. Rio de Janeiro: Imago, 1997.
______. “A memória dos mortais”. In: PAIVA, Márcia; MOREIRA,
Maria Ester (Org.). Cultura, substantivo plural. São Paulo: Editora
, [s.d.].
HOMERO. L’Odyssée poesie homérique. Tradução para o francês de
Victor Bérard. Paris: Les Belles Lettres, 1924.
______. Odisseia. Tradução de Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, [s.d.].
JAEGER, Werner W. Padeia: a formação do homem grego. Tradução
de Artur M. Parreira. Adaptação de Mônica Stahel M. da Silva.
Revisão do texto grego de Gilson César Cardoso de Souza. 2. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1989.
KAFKA, Franz. O silêncio das sereias. Tradução de Modesto Carone.
São Paulo: Editora Folha de São Paulo, 1984.
NIETZSHE, Friederich. O nascimento da tragédia ou helenismo e
pessimismo. Tradução, notas e posfácio de J. Guinsburg. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.
PLATÃO. A República. Introdução e notas de Robert Baccou. Tradução
de J. Guinsburg. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1973.
______. Fedro. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém:
Universidade Federal do Pará, 1975.
______. Ion ou sobre a inspiração poética. Introdução, tradução e
notas de André Malta. Porto Alegre: L&PM, 2008.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos. Estudos de
psicologia histórica. Tradução de Haiganuch Sarian. 2. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990.