Literaturas indígenas, educação e sonho
DOI:
https://doi.org/10.34112/2317-0972a2021v39n83p141-155Palavras-chave:
povos indígenas. literatura, diferençaResumo
Como as palavras e imagens dos diferentes povos poderiam intensificar nossas micropolíticas inventivas na educação? Procuro pensar com as micropolíticas indígenas dos processos de criação literária, como “gérmens de mundos” (ROLNIK, 2019, p.26), como nos convida Suely Rolnik. Este texto se faz impulsionado pelo desejo de encontrar palavras que germinem mundos, desejo de que nossos movimentos na educação e na pesquisa em educação sejam de resistência a qualquer intenção de dominação dos corpos, de desprezo à vida, vidas humanas e não-humanas e de aniquilação da diferença. Busco pensar as potencialidades das histórias dos povos indígenas, desdobradas em literaturas, para trazer à educação uma conversa sobre o sonho. A literatura indígena contemporânea como um modo de encontrar e aprender com os sonhos ancestrais de diversos povos. Sonhos que sustentam as diversas estratégias de existência na floresta e de resistência destes povos às violências secularmente disparadas sobre eles. Sonhos que fazem parte da educação dos escritores e escritoras indígenas e que compõem seus modos de ver, criar e inventar novas histórias.
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Referências
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