Cinema indígena e educação: pelo rio Ápa e pelo fogo que nunca apaga

Resumo

Este texto é parte de uma pesquisa sobre cinema indígena brasileiro realizada por um estudante universitário pertencente ao povo guarani, a partir do mergulho nos catálogos do Projeto Vídeo nas Aldeias e da Associação de Realizadores Indígenas (Ascuri). A pesquisa foi realizada no período da pandemia e envolveu seleção de filmes dos catálogos, análise de alguns deles e a realização de diálogos com estudantes do ensino médio e ensino superior na forma de cine debates on-line. Estudar e conversar sobre os filmes foram movimentos disparados por uma inquietação vivenciada como indígena na universidade: a urgente necessidade de se combater os estereótipos construídos durante séculos de colonização sobre os povos indígenas. Para esta escrita em forma de ensaio, escolhemos um dos movimentos da pesquisa sobre o encontro entre a história de vida do estudante com dois filmes de produção da Ascuri, dirigidos pelo realizador Terena Gilmar Galanche do Mato Grosso do Sul: “Pirakuá, os guardiões do Rio Ápa” (2014) e “Panambizinho, o fogo que nunca apaga” (2014). As histórias dos personagens dos filmes e as ancestralidades do estudante pesquisador se misturam e dão a ver os modos de ser, viver e resistir do povo Guarani nos territórios do Mato Grosso do Sul e em qualquer lugar que estejam.